O Grupo de Teatro O Celeiro apresenta a peça “Ordem” de João Santos Lopes, no Teatro da Trindade, em Lisboa.
Dias 4 e 5 de Dezembro
Sábado às 21h45
Domingo às 17h
O Grupo de Teatro O Celeiro foi o Vencedor do Concurso Nacional de Teatro da INATEL, 2009.
João Santos Lopes foi o vencedor do Concurso INATEL, Teatro Novos Textos, 2009, com a peça ORDEM.
Sinopse
Num gabinete da Polícia Criminal, um inspector veterano e um detective mais jovem esgrimem argumentos acerca do actual e complexo curso da justiça, no rescaldo de uma investigação sobre um caso de múltiplo homicídio. O inesperado aparecimento de uma polémica figura do passado vai despoletar um turbilhão de memórias, actos e comportamentos, que vão colocar em causa lealdades, princípios éticos e convicções morais.
Uma parábola contemporânea sobre os procedimentos judiciais que nem sempre fazem da justiça o seu objectivo. O drama inquietante de um passado que se pretendia esquecido e que teima em nos provocar. Para que não nos esqueçamos da mudança necessária que tarda, ainda, em se concretizar plenamente?
Uma produção do Grupo de Teatro O Celeiro, vencedor do Concurso Nacional de Teatro do Inatel, com texto de João Santos Lopes, vencedor do Concurso Inatel/Teatro Novos Textos, edições de 2009.
Apoios:
Câmara Municipal de Montemor-o-Velho / INATEL / MINISTÉRIO DA CULTURA (Deleg. de Coimbra) / Junta de Freguesia da Vila de Pereira
Fonte:
http://www.oceleiro.org/blog/
SÓ DEIXAMOS UMA PERGUNTA: PORQUE NÃO MECERE A VILA DE PEREIRA A HONRA DA ESTREIA DESTA PEÇA?
ASSIM SE VÊ O DESERTO CULTURAL EM QUE PEREIRA SE ENCONTRA, DEVIDAMENTE ESPELHADO NO ÚLTIMO
CULTUMOR!
ADITAMENTO AO POST:
"O papel do Teatro em Pereira
Por Manuel Bontempo
A Arte de Talma sempre foi cultivada pela população desta vetusta Vila e tornou-se uma forma de vida e não uma interpretação causal da obra de arte, de representar por representar, fundamentou-se com o dr. Mário Temido um impulsionamento de certa evolução social duma tomada de valores, e desde os primórdios da República existiu uma racionalização humanamente perfeita, onde todos, mulheres e homens, independentemente do seu grau de instrução, concretizaram a ciência e a técnica nos palcos desta Vila, aberta, domestificadora do talento dos seus habitantes. Peças populares, recitais de diversas formas de arte, comicidade, drama, ingenuidade e a constituição de ensinamentos sugestivos dados pelo médico, dramaturgo e crítico, Mário Temido, que levou à cena o Teatro de Gil Vicente com letrados e analfabetos, numa mistura sublime e percorre outras terras com o “Pai do Teatro Nacional”, que implica muitos dos atores do TEUC, a deslocarem-se a Pereira, para ver esse “milagre”. Paulo Quintela, o preclaro professor da Universidade de Coimbra, diretor do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), ficou abismado com a metamorfose desta gente simples, ordeira e ansiosa pela arte. Antes de Mário Temido, um grande homem da cultura, da generosidade, da solidariedade já o teatro em Pereira tinha dado passos importantes que o transformariam numa ordenação clara da gesta artística deste povo. Quebrou-se há muito a heresia de reconhecer a arte, a poesia, a pintura, uma certa filosofia de estar, e o mestre que foi médico e pedagogo ligado ao TEUC, apostou num ortodoxismo canonificado em Gil Vicente, dando por sua vez um determinado “cosmopolitismo” à Arte de Talma. Momentos fulgurantes. Familiares nossos fizeram parte do naipe de actores e quase todos tem reminiscências desses tempos, uns mesmo com familiares que estiveram na primeira hora no progresso do Teatro de Pereira, que vem desde o século XIX, ainda numa rigidez de princípios. O século XX foi a chave de ouro. Esta forma de estar, de sentir, foi um equilíbrio social que destacou a Vila ufana dos seus projetas culturais mesmo com o sacrifício da gente trabalhadora mas que via neste trilho um modo de personalidade, de distinção, mesmo que em certas peças leves houvesse métodos extravagantes, por falta dum cenógrafo de ocasião e cresce esta Arte no bom senso na intersecção dum sonho geral, onde a sapiência de Mário Temido, com palestres, com a cenografia, com a direção do sonho no real, fez a bem dizer no concelho de Montemor-o-Velho uma aproximação até “Nouveau Roman” com atores de Pereira, nas figuras humanas, inéditas, no sincretismo de emoções e de símbolos. Se este mestre do Teatro, cronista brilhante, conferencista, tem uma estátua num largo desta ridente terra, merece, por outro lado, o seu nome numa artéria. Se existe um determinado antagonismo, facto irrefutável, num descabido materialismo urbano nem sempre suscetível de agradar a todos, mormente, quando se esquece franjas da terra, e onde os cantoneiros fazem profilaxia sempre nos mesmos locais, deixando ao abandono átomos de ruas por limpar, esta antiga Vila, com o seu primeiro Foral doado pelo Rei D. Manuel I e com a sua Misericórdia, das primeiras a ser implantada no país, teve uma qualificação na Arte de Talma que implica um estudo mais aturado por quem de direito. Recordo-me no meu tempo de adolescente ser convidado para assistir ao Teatro de Pereira, de todo o Gil Vicente, e de escrever para os jornais as minhas impressões. E o “teatro” foi um fuga vital ao quotidiano, ao cristalizado, e os atores, de vários níveis intelectuais, mas gente simples, escreveram um gran-trânsito humano com soberbos espetáculos que chamaram visitantes a esta terra das queijadas. Lembrar nesta pequena crónica esse feito é fazer justiça à psicologia desta povo, é compreendê-lo melhor na sua capacidade de reflexão, nos tipos humanos que soube representar.
Hoje, como sempre, o Teatro em Pereira, não feneceu! Está vivo! Que sirva à base do documento humano duma Vila que se orgulha do que faz embora desprotegida em muitos anos pelas entidades públicas, autárquicas e governamentais."
Retirado daqui:
O Despertar
A COLOCAÇÃO DE FRASES A NEGRITO FOI OBJECTO DE DECISÃO DA EQUIPA DO BLOGUE.
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