sábado, 25 de abril de 2015

Uma Vila desunida, desavinda e estagnada!



Esta pode não ser a imagem mais feliz que criámos, desde que existimos como blogue, mas foi aquilo que surgiu ao fim de processo criativo atribulado, tal como os dias que vivemos, neste vulcão social, em pré-erupção, que é hoje a Vila.

É que, 41 anos depois do 25 de Abril, hei-nos aqui chegados.

A par da rede de água canalizada ao domicílio, do tratamento de águas residuais, do melhoramento de algumas redes várias, do gás canalizado (mas porquê só em parte da Vila?), bem como a criação de outras infra-estruturas, como a EBI, um novo posto médico (agora com mais de 30 anos!), do Centro de Dia, que uma certa governação socialista cá da terra, em tempos abominou e baptizou de " barraco de madeira, onde o sol não consegue entrar durante todo o dia" mas, agora,  adora o dito "barraco", como se adora Deus.
Há ainda, a realçar,  uma relativa felicidade na mudança da sede Junta de Freguesia e do posto dos correios.

Nunca, mas nunca, não pode, nem deve ser esquecida, essa enorme epopeia dos anos 80, que foi a construção do grande pavilhão gimno-desportivo, que tinha, sobre a sociedade de então, um efeito magnético sem igual, ao invés de hoje.
Porque hoje, esse pavilhão, precisa de renascer, mas noutro local, com outras condições, num único parque desportivo integrado para toda a freguesia de Pereira.

A tudo isto faltou fazer faltou fazer uma revolução cultural, que foi atirada para as calendas gregas.
Neste capítulo, o da Cultura,  ultimamente, com inusitada frequência, regredimos. Até porque, ter o povo na ignorância ainda confere poder e estatuto social, nem que seja só fachada, pois a inércia, pura e dura, tomou conta do pensamento e da acção.
É só ler algumas actas da Assembleia de Freguesia e não só!

Por aqui reinam, a seu bel-prazer a opacidade, os egos obesos e bacocos, os pensamentos e actos pueris, a falta de memória, o desconhecimento da História e da grandiosidade, dum passado não muito distante.
O que é preciso é mostrar ao povinho que se tem novo carro, de preferência de origem alemã, que logo dá outro estatuto e, quiçá, ainda pode ajudar a produzir algum orgasmo mental, que é o que alguns desses cérebros parecem saber produzir.

Hoje somos uma sociedade claramente divida. Um monte de cacos!
Mas esse cacos, têm de ser colados e já!
Não são precisos grandes dotes de artífice, mas sim qualidades, como a sensibilidade, a formação cultural sólida e variada, enorme visão, liderança e não estar-se, permanentemente, hipotecado ao poder politico ou ser subserviente a directórios partidários há muito ultrapassados, só que a acefalia dalgumas lideranças é tão evidente, que essas qualidades, esses predicados, são coisas que não lhes assistem!

Até quando?

Um articulista, no Jornal de Notícias, na sua edição de 27 de Dezembro de 1976, sobre a não mudança de Pereira do Campo para o concelho de Coimbra, rematava o seu artigo com o parágrafo seguinte, que assenta, que nem uma luva, aos dias de hoje:

“Aliás, Pereira do Campo, segundo nos afirmaram alguns residentes, não esboçou o movimento por mero capricho, mas fê-lo numa tentativa de se libertar da estagnação em que caiu.”

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