quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Comunicado

Quando acabámos de ler pela primeira vez o mail, gentilmente enviado pela Direcção da Delegação de Pereira da Cruz Vermelha, fomos tomados por estranhas sensações, pensamentos e tomadas de posição, que, como compreenderão, não vamos partilhar convosco.

A criação deste Blog e de semanalmente nele levar a debate temas importantes para o modus vivendi de Pereira - que é aquilo que nos motiva - significou o aproveitar de uma janela de oportunidade à luz daquilo que as novas tecnologias nos oferecem. Essa janela que abrimos não foi mais que o escancarar para toda uma comunidade uma grande oportunidade: dar voz a todos, sem excepção.

É certo que a liberdade de expressão foi algo que conquistamos no dia 25 de Abril de 1974 e que ninguém não pode, nem deve ser julgado pela sua cor, raça, religião ou credo político.
Mas a liberdade de expressão tem fronteiras, como tudo o que fazemos na vida. Quebrar essas fronteiras leva-nos quase sempre para caminhos indesejáveis.
Exprimir livremente uma opinião, também obedece a regras, às quais estamos todos vinculados.

Já aqui por diversas vezes fomos acusados de sermos parciais, de estarmos ao serviço de determinado grupo de pessoas ou ideologia política.
Num determinado período de tempo, as mensagens antes de serem colocadas eram moderadas pela nossa equipa, decisão que se revelou acertada, pois alguns dos comentários que não publicamos (certamente que os seus autores estarão lembrados), tinham conteúdos a roçar a má educação, já para não falar das insinuações graves que ali eram produzidas.

Mais do que uma vez alertamos para o facto de haver moderação e elevação nos comentários, não tendo havido desde há largo tempo qualquer ‘lápis azul’ nos posts, postura reveladora da nossa isenção.

Depois da leitura do e-mail da Delegação da Cruz Vermelha e do um post, anónimo, do dia 11 de Setembro, pouco depois das 20 horas, tomámos várias decisões:

- dar cumprimento ao pedido de eliminação do post que referimos;
- moderar todos os comentários;
- solicitar que o autor do post anónimo de 11 de Setembro, pelas 20.09, que se identifique, ou caso não o faça, se retrate publicamente, apresentando um pedido de desculpas à instituição em causa e a este blog;
- reafirmar mais uma vez que estamos abertos para divulgar e levar a debate todas as sugestões que nos forem enviadas;

Lamentamos a falta de nível que muita gente tem neste blog, pois não o fazem dentro das regras civilizacionais, não aproveitando a oportunidade de debater a sua terra, identificar os seus problemas e apontar soluções.
Alguns dos post revelam cobardias, vinganças, invejas, enfim tudo adjectivos que nada abonam o nosso pensamento, a nossa postura enquanto cidadãos responsáveis.

É fruto dessa linha de pensamento, dessa postura na sociedade, desse modo de estar na vida comunitária, que hoje, dia 18 de Setembro de 2008, olhamos à nossa volta e vimos duas coisas claras:

- não há uma estratégia, séria e consistente para a Vila de Pereira;
- para uma Vila que tem os índices de crescimento que todos conhecemos, falta-lhe tudo e não somos capazes de ter a coragem publicamente pedir responsabilidades a quem as tem.
A verdade nua e crua é que hoje, dia 18 de Setembro de 2008, não temos uma Creche, um grande jardim-de-infância, um posto médico e um Centro de Dia à altura dos pergaminhos da nossa terra, já para não falar, como também aqui já alguém o fez, uma piscina, um sonho com mais de 20 anos, entre outros pequenos grandes pormenores que fazem a diferença entre a visão e a falta dela. Por exemplo, a crise directiva na ADCRP, onde alguns no passado se arvoram em pais, mães, avós e tios daquela casa, é um sintoma mais que evidente do estado de doença social em que vivemos.

Com a cabeça quente estivemos tentados a eliminar este Blog.
Mais a frio decidimos não o fazer, porque agora, e mais do que nunca, é tempo de levantar toda a poeira, estimular o debate, mexer na cabecinha das pessoas, suscitando-lhes que questionem isto e aquilo, mas que o façam sempre, como temos vindo a defender, com educação e se possível nos locais próprios.
Vamos continuar fiéis aos nossos princípios, assumindo-se este blog como um pilar importante para que o debate de ideias que acima defendemos, e que esse debate seja feito a partir de hoje, porque a passos largos se aproxima a hora de sermos chamados a escolher que comanda os destinos da nossa terra.
Este debate, e outros que iremos promover, podem e devem ser aproveitados pelos potenciais candidatos à junta de freguesia, para colher ideias, para aclarar outras, porque nem todos temos o dom da palavra, nem muitas vezes somos suscitados a participar em pleno na nossa democracia, nomeadamente ao nível da gestão autárquica.

Vamos à luta!
E como dizia o boneco da contra-informação:
Quantos são, quantos são, não temos medo de ninguém!

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